segunda-feira, abril 09, 2007

Sérgio Sampaio

Nascido em Cachoeiro do Itapemirim (mesma cidade de seu grande ídolo Roberto Carlos), Sérgio Moraes Sampaio foi, para muitos, um total desconhecido; para outros, apenas um artista indisciplinado e triste; e, para alguns poucos, um gênio. Quando saiu de casa, em 1967, tinha vinte anos de idade e muita vontade de romper com a estrutura familiar que o oprimia. Abandonou tudo e caiu no Rio de Janeiro, onde sua voz de locutor rendeu-lhe uns trabalhos pelas rádios da cidade. Era um drop-out (gíria americana usada para designar alguém que estava "fora do sistema").
Marginalizado pelas gravadoras, pelo público e, talvez, até por ele mesmo, chegou a passar fome. Mas, se não conseguiu sucesso e reconhecimento imediatos, ao menos Sampaio agregou em torno de si, poucos mas fervorosos seguidores. Apesar de suas músicas primarem pela simplicidade harmônica e suas letras pela linguagem cotidiana, Sérgio nunca conseguiu popularizá-las. Essa culpa o perseguiu durante toda a vida: "Quem faz um Bloco na Rua só pode ser povão", dizia ele, um típico homem do povo que podia ser visto nos botecos, tomando em pé a sua pinga. O rótulo de "maldito" que as gravadoras e a mídia pregaram-lhe na testa acabou atravancando sua carreira, antes mesmo que ela pudesse realmente começar.
Pode-se dizer que Sérgio foi uma das raríssimas estrelas que morreram antes mesmo de nascer.
Depois de não emplacar mais uma vez, Sampaio fugiu para a Bahia onde, conseguiu reencontrar a paz de espírito, parou com as drogas e sonhava em retomar a carreira (musical). Não teve tempo. Vítima da vida desregrada, Sérgio Sampaio morreu em maio de 1994, após sofrer terrivelmente com suas crises de pancreatite.

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